Um esporte muito perigoso!

            Buscando não estressar o leitor dos artigos semanais que posto no site boletimesportivo.com, mais uma vez mudarei o foco do mesmo, já que, falei em artigos anteriores sobre questões relacionadas a emagrecimento, condicionamento físico, condutas no esporte infanto/juvenil e até da formação de equipes. Hoje, dando mais uma vez um giro pelas possibilidades de discussão no mundo do esporte dissertarei sobre um tema de grande relevância, interesse e acima de tudo pertinência pelo período que se aproxima.

            Não encontrei título mais propício para a temática do que: “Um esporte muito perigoso!” O leitor neste momento acredita que eu possa falar sobre automobilismo, motociclismo, montanhismo ou qualquer outro esporte que tenha como características a velocidade e/ou possa colocar o atleta em condições de constante perigo. Para a surpresa do leitor não será sobre estes esportes que tratarei hoje, já que, a meu ver eles podem ter seus riscos bastante reduzidos quando respeitadas as medidas de segurança requeridas nestes esportes.

            Então! Além destes esportes, qual poderia trazer tanto risco assim? Pergunta difícil! Infelizmente, este esporte acontece de 4 em 4 anos, com intervalo de 2 anos. Não é olimpíada, nem muito menos campeonato mundial! Ele acontece nas esferas municipal, estadual e federal. Fácil ou a angústia para descobri-lo ainda continua? Sem mais delongas o apontarei!

            Na minha opinião, o esporte mais perigoso que temos é a junção desordenada de esporte e política! Não crítico aqui a possibilidade de se fazer esporte por meio da política ou política por meio do esporte. São duas vertentes indissociáveis! Porém, a crítica recai sobre a politicagem por meio do esporte. Esta tal politicagem é feita quando se lança mão da força que o esporte conta naturalmente como forma de promoção de alguns políticos. Nesta situação, os conhecimentos de caráter técnico-científicos são deixados de lado para que os politiqueiros de plantão possam fazer seu papel de aparecer na foto.

            Para ser mais claro e direto, retira-se dinheiro e investimentos de onde o esporte não aparece tanto, como das escolinhas de formação e aplicam-se recursos na formação de equipes profissionais que podem demonstrar projeção do município, estado ou federação.

            Às vésperas de uma eleição esta é uma prática comum em muitos municípios brasileiros, no qual, os gestores esportivos (pessoas com formação em Educação Física e até com formação complementar em Gestão Esportiva), com conhecimento técnico da causa são pressionados para atender pedidos de vereadores, secretários e prefeitos que pensam simplesmente na angariação de votos.

            Esta é uma forma de politicagem rasteira e barata que faz tão mal para a população quanto às práticas sórdidas de corrupção e formação de quadrilhas, já que, o efeito destas politicagens é extremamente nefasto para com aqueles que estão diretamente envolvidos na questão. Diga-se de passagem, geralmente são alunos/atletas mirins ou amadores.

            A proposta que faço é que a gestão esportiva seja tratada como o setor da saúde e educação, no qual, a blindagem de ações é feita pelo conhecimento técnico pertinente à aquela área. Educadores cuidam da Educação. Médicos ou agentes da saúde cuidam da Saúde! Por que vereadores, prefeitos ou secretários ainda continuam a ditar as regras no esporte? Este com certeza é um esporte muito perigoso! 

            Envie sugestões, críticas ou comentários para o mail: marcelo@lepespe.com.br. Quem sabe seu tema não seja o próximo a ser abordado!

Marcelo Callegari Zanetti

Sócio-proprietário da Ducorpo Personal Training & Assessoria Esportiva / Academia Conexão Saúde. Professor do Curso de Graduação em Educação Física – UNIP – São José do Rio Pardo.

Doutorando em Desenvolvimento Humano e Tecnologias – UNESP/Rio Claro 

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