Abade encerra sua carreira aos 45 anos: Foram mais de 500 jogos em 15 anos de atuação como árbitro profissional


Abade, entre os goleiros Rogério Ceni e Marcos, antes de apitar o clássico São Paulo x Palmeiras


Abade encerra sua carreira aos 45 anos: Foram mais de 500 jogos em 15 anos de atuação como árbitro profissional

Reportagem: Silvio José

Redação: Giselle Torres Biaco

Fonte: Jornal Gazeta do Rio Pardo

Aos 45 anos, dos quais 15 deles dedicados ao futebol brasileiro como árbitro profissional, o rio-pardense Cleber Wellington Abade encerra sua carreira, este ano, com a sensação de missão cumprida. Ele está entre os 40 árbitros que mais apitaram em toda a história dos campeonatos Paulista e Brasileiro. Ao todo, foram mais de 500 jogos em toda carreira; 106 partidas apitadas pela Série A do Paulista e109 pelo Brasileiro. “Essa participação demonstra o respeito e a confiança que havia por parte das duas comissões”, declara Abade. Ele conta que apitou sua primeira partida como árbitro profissional no dia 15 de julho de 1997. “Era um jogo entre XV de Jaú e América de Rio Preto da categoria Sub-15.” Em 98, um ano após se formar, Abade já estreou na Série A-3 do Campeonato Paulista, e em 1999 já integrava o quadro nacional da Confederação Brasileira de Futebol – CBF. Em 2000 estreou na 1ª Divisão (Série- A1) do Campeonato Paulista, assim como no Campeonato Brasileiro.

Fatos que marcaram

“São várias as partidas que me marcaram, como as finais do Campeonato Paulista de 2003, 2008 e deste ano. O último jogo, entre Havaí e Figueirense, foi muito emocionante. Apitei as finais dos campeonatos Baiano, de Mato Grosso e do Amapá, as semifinais do Mineiro e da copa Rio-São Paulo”, lembra. Para Abade, alguns fatos ocorridos em campo marcaram certos jogos de uma maneira especial, como na partida em que faleceu o jogador Serginho, do São Caetano. “Foi marcante até pelos procedimentos que adotamos, que foram todos corretos. Se, na ocasião, estivesse ali um árbitro mal preparado, os problemas poderiam ter sido bem maiores.Naquela época fomos parabenizados pela nossa postura. Infelizmente o atleta veio a falecer, mas em razão de todos os procedimentos que adotamos, fizemos com que fosse mudado o regulamento do Campeonato Brasileiro. Ficamos marcados pelo momento ruim do atleta, mas para nós foi muito bom porque deu uma alavancada na nossa carreira.” Com tanta experiência na profissão, Cleber Abade é objetivo quando diz que o fato que mais marcou sua carreira como árbitro foi a homenagem que recebeu, no final de semana passado, do Sindicato dos Árbitros da Federação Paulista, durante a festa

de encerramento do ano. “Mais de 500 árbitros estavam presentes com as famílias. Fui homenageado com a medalha de Honra ao Mérito da Federação Paulista e também da Associação Nacional de Arbitragem. Recebi vários depoimentos de pessoas importantes, como da minha família. Fui aplaudido de pé por mais de cinco minutos. Eu me emocionei bastante. Logo após a homenagem, fui convidado para fazer a festa de 80 anos do Telê Santana no meio de todos aqueles craques.” No domingo, Abade ainda foi homenageado pela prefeitura de Cajamar. “Então, o que é mais marcante é saber que somos reconhecidos e respeitados, e que tivemos a missão cumprida.”

Relação com a imprensa

Sobre a relação com a imprensa, Abade relata que há casos em que o árbitro tem um bom desempenho, mas que os fatos relatados sob a ótica de alguns meios de comunicação sugere outra releitura do fato. “A imprensa coloca de uma forma que dá a entender que o jogo não foi bom. A partida que ficou marcada dessa maneira foi a do Corinthians e Santos na Vila Belmiro, quando marcamos um pênalti no último minuto de jogo. A câmera mostrou que foi pênalti, mas infelizmente a torcida não gostou e a imprensa também, mas por conta do que já vinha sendo divulgado durante a semana, aquele caso em que houve invasão de campo foi uma noite não muito contente. Nem sempre o que é correto agrada o cliente”, relata Abade.

FIFA

Sobre o fato de não ter sido árbitro da FIFA – Federação Internacional das Associações de Futebol, Abade conta que foi convocado para fazer três testes, e que apesar de ter sido aprovado na parte física dos três, acabou não fazendo parte do elenco por outras razões. “Não tenho padrinho político. Nunca pedi nada pra ninguém, sempre caminhei com minhas próprias pernas. A internet chegou a veicular que eu era árbitro da FIFA na sexta, no sábado eu já não era mais. Isso é coisa que acontece. Ficou definido, então, que eu seria árbitro da CBF até me aposentar”, diz.

Projetos para 2012

“Estou com vários projetos para 2012, mas primeiro vou descansar. Foi um ano desgastante, tanto pela final do Campeonato Paulista, que apitei, quanto pelo Campeonato Brasileiro, em que estive na última rodada e apitei jogos emocionantes. Tive que treinar muito, o trabalho psicológico foi muito intenso. Devo ter novidades para 2012, mas ainda vou estudar propostas para novos desafios”, conclui.



Vídeos


Publicada em : 03/01/2012, por Paulão



Parceiros
Carlos Tavela - Jiu Jitsu / MMA
O Jornalzinho

Publicidade