Fifa reconhece o Palmeiras como campeão mundial de clubes de 1951. Richard Petrocelli vestiu a camisa do Verdão naquela ocasião


Na foto, Richard Petrocelli, que vestiu a camisa do Verdão naquela ocasião


Fifa reconhece o Palmeiras como campeão mundial de clubes de 1951. Richard Petrocelli vestiu a camisa do Verdão naquela ocasião


O presidente da Fifa, Joseph Blatter, reconheceu a conquista da Copa Rio de 1951 do Palmeiras como título do Mundial de clubes daquele ano. Em entrevista ao jornal "Estado de São Paulo", o dirigente afirmou que o Verdão foi o campeão da época e que receberá um certificado para validar a taça. Há alguns anos as diretorias do clube brigavam pelo reconhecimento, que veio agora no ano do centenário, a ser comemorado no próximo dia 26/8. No entanto, segundo o jornal, o campeonato não será considerado um torneio Fifa. 
- O Palmeiras, naquela época, foi o campeão do mundo de clubes. Naquela época (anos 50), eles foram os campeões. Vamos dar um certificado para todos os campeões. Agora, temos um campeão a cada ano - disse Joseph Blatter.
No reconhecido título de campeão do Mundo de 1951, o futebol riopardense esteve presente com Richard Petrocelli, falecido em 16-04-2013, aos 81 anos. De acordo com a publicação, a declaração do presidente da Fifa deixou o departamento de comunicação da entidade irritado. Ainda segundo o jornal, o presidente da Federação Paulista de Futebol e eleito para comandar a CBF a partir de 2015, Marco Polo Del Nero, que também é membro do Comitê Executivo da Fifa, apoiou o pedido pelo reconhecimento do título. O dirigente é ligado ao presidente Paulo Nobre, do Verdão.
A Copa Rio de 1951 foi disputada por oito clubes: Áustria Viena, Estrela Vermelha, Juventus, Nacional, Nice, Sporting, Vasco e o próprio Palmeiras. O Verdão decidiu o título contra a Juventus. No primeiro jogo, venceu por 1 a 0, no Pacaembu, e na segunda partida, no Maracanã, empatou por 2 a 2, resultado que confirmou a taça.


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Petrocelli: carreira curta, mas cheia de títulos | Crédito: Reprodução

Richard Petrocelli nasceu em 26 de maio de 1932 em São José do Rio Pardo, 200 quilômetros ao norte da capital paulista. Com 14 anos entrou para o time infantil do Rio Pardo. Virou profissional em 1949, com 17. De cara, foi campeão e artilheiro da Segundona paulista, com 40 gols.

Era homem de ataque. Jogava de meia-direita ou esquerda. Se precisassem de um centroavante, ele comparecia. Em 1950, fez um teste no time de aspirantes do Palmeiras. No mesmo jogo foi contratado para o time principal. Chegou arrasando: ajudou a vencer as chamadas “cinco coroas” daquele ano: Torneio Início, Taça Cidade de São Paulo, Torneio Ano Santo, Paulista e Rio-São Paulo. Um ano depois, estava no time que jogou a Copa Rio.

Esse torneio de 1951 equivaleu ao Mundial de Clubes de hoje. Participavam o Vasco, o Áustria Viena, o Nacional-URU, a Juventus-ITA, o Sporting-POR, o Olympique Nice-FRA e o Estrela Vermelha-IUG. Petrocelli começou sua participação na Copa Rio entrando no lugar de Aquiles, na vitória contra o Olympique Nice. Marcou o terceiro gol dos 3 x 0. Não jogou as duas partidas seguintes, contra Estrela Vermelha e Juventus.

Richard entrou nos dois jogos posteriores, contra o Vasco. No segundo jogo fraturou a tíbia. E não pôde participar das finais, quando o Verdão empatou com a Juventus e depois ganhou por 2 x 1. Mesmo engessado, era “campeão do mundo”.

Descobriu que suas condições físicas eram piores do que tinha imaginado. Ficou seis meses parado. Estava a caminho da Fiorentina-ITA. Foi derrubado por uma ruptura de ligamentos. Percebeu que não ia mais se recuperar de tantas contusões e largou o futebol aos 32 anos. Casou-se com Magali Nogueira Petrocelli e teve três flhos. Quando encerrou a carreira, voltou para Rio Pardo. Virou fazendeiro.

Em depoimento ao site “Memória da Bola”, Richard contou a maior malandragem da carreira: “O Palmeiras foi jogar em Piracicaba contra o XV. Estava 2 x 2. Perto do fim, o Liminha entrou na área. Um zagueiro do XV o atropelou. O juiz apontou o pênalti. Eu cheguei no goleiro do XV, Alfredo, e disse: ‘Companheiro, tenho que estar em São José do Rio Pardo às 8 da noite e não posso demorar muito aqui. Vou cobrar o pênalti, chuto para fora e fica tudo certo’. Alfredo conseguiu convencer os outros jogadores a parar de tentar fazer o juiz voltar atrás. Chutei seco no canto. O goleiro nem se mexeu. Quando a bola entrou, saí correndo para o vestiário. Ficamos horas presos lá até os ânimos se acalmarem”.

Em março de 2013, Richard descobriu que estava com leucemia. Internou-se em 4 de abril no Hospital Celso Pierro, em Campinas. Na madrugada de 16 de abril, os órgãos entraram em falência múltipla. Seu corpo repousa no Cemitério Municipal da sua Rio Pardo.

Fonte: Revista PLACAR





Publicada em : 19/08/2014, por Paulão



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