Infraero garante que obras do Aeroportos não estão atrasadas
Infraero garante que obras do Aeroportos não estão atrasadas -Todos os 16 aeroportos localizados nas 12 cidades-sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2010, até dezembro de 2013, estarão em condições de atender plenamente as demandas exigidas pelo megaevento esportivo-. Foi o que garantiu Jonas Maurício Lopes, superintendente de Estudos e Projetos de Engenharia da Infraero, durante audiência pública promovida, nesta quinta-feira, pela Subcomissão de Fiscalização da Copa que funciona na Câmara dos Deputados. Respondendo indagações formuladas pelo presidente dessa Subcomissão, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), ele revelou que em alguns aeroportos as obras terão prosseguimento com vista a atender a política da Infraero de preparar os aeroportos para o futuro, para depois da Copa. Segundo ele, se necessário, em alguns aeroportos serão implantadas instalações provisórias, que atenderão as exigências dos seus usuários como já vem sendo feito em três aeroportos brasileiros. São instalações que poderão ser transferidas para outros aeroportos. Essa prática ocorreu em países como Alemanha e África do Sul, para diminuir o gargalo de alguns aeroportos. Para cumprir o prazo de dezembro de 2013 os trabalhos poderão ser executados em até dois turnos. Os investimentos em aeroportos da Copa serão de R$ 5,34 bilhões até 2014 e eles respondem por 38% do tráfego aéreo no Brasil. O deputado Silvio Torres advertiu para a possibilidade da Infraero não conseguir cumprir o cronograma que prevê o fim das obras até 2013. -Boa parte das obras nos aeroportos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o PAC tem um baixo índice de execução. Como podemos ficar tranqüilos e esperar que elas fiquem prontas a tempo?? - questionou Torres. OS GARGALOS Jonas Maurício Lopes confirmou que existem gargalos nos aeroportos, mas que estão sob controle e que vão sendo superados. Uma das maiores dificuldades defrontadas pela Infraero é a ausência de mão de obra especializada em algumas cidades. Outro obstáculo tem sido licenças ambientais. É ressentida também a não existência de um maior número de empresas especializadas para elaborar projetos e executar obras aeroportuárias. -Está faltando concorrência nesta área- ? destacou. Recursos financeiros não têm faltado para Infraero tocar suas obras. Jonas Maurício informou que foram superados os empecilhos que paralisaram obras da terceira pista do aeroporto de Guarulhos. E elas foram retomadas esta semana. Afirmou que a Infraero e o Tribunal de Contas da União estão se entendendo para evitar a paralisação de obras em aeroportos de várias cidades. Esclareceu que, no caso da Infraero, o controle de suas ações está centralizado na Casa Civil da Presidência da República, onde, inclusive, vem acontecendo desde 2007 as reuniões sobre a Copa com todos os setores envolvidos. SEM PRIVATIZAÇÃO OU CONCESSÃO Esclarecendo outra indagação de Silvio Torres, Jonas Maurício informou que a Infraero administra 67 aeroportos e até agora não tem conhecimento de que o governo esteja pensando na transferência da infraestrutura aeroportuária à iniciativa privada. A empresa trabalha com a expectativa de que cerca de 500 mil turistas estrangeiros utilizarão os aeroportos brasileiros no período da Copa, número 20% menor do que se previa o Ministério dos Esportes. Destacou que cresce todo ano o uso do modal aéreo no Brasil, enquanto ele decresce em todo o mundo. O crescimento, em 2009, foi de 11,6% em relação a 2008. Observou que o sistema viário para chegar aos aeroportos é outro gargalo que preocupa. Mas que está ocorrendo um bom entendimento entre a Infraero e o Ministério das Cidades para equacionar este problema. Jonas Maurício, no final da sua explanação, disse estranhar as críticas apresentadas, como a da Fifa, em relação a atraso de obras de modernização dos aeroportos. -Elas não procedem, e isso vai ser confirmado em dezembro de 2013, com todas as unidades aeroportuárias prontinhas para receber os turistas estrangeiros que virão para assistir os jogos da Copa-. O deputado Silvio Torres, no entanto, disse que as afirmações da Infraero não batem com a análise da FIFA, confirmadas pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, e pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. -Continua havendo a dúvida. Podemos deduzir que a Fifa está sendo rigorosa demais ou o senhor está sendo muito otimista-?, comentou. Jonas Maurício fez questão de repetir que o foco da Infraero não é apenas para fazer obras para atender a Copa, mas sim para suprir a demanda daqui a uns 20 anos. Segurança Pública Da audiência pública participou também Henrique José Borri, coordenador do Grupo de Trabalho da Copa do Mundo da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Ele afirmou que o pós-evento será uma preocupação nas discussões da segurança pública. -Vamos criar um produto que mantenha a segurança ao longo do tempo, esse será o verdadeiro legado que a Copa vai deixar- ? afirmou. Para fazer um trabalho coordenador, representantes de instituições de segurança pública dos 12 Estados anfitriões da Copa vão se reunir, na próxima semana, em Brasília, para discutir o plano estratégico do Governo Federal para o mega evento esportivo.